Resultado da experiência física e sensorial provocada pela visualização das obras plásticas Escritos, de Hartwig Burchard, o espetáculo traz a idéia da urbanidade como motivação e investigação dos movimentos. Ruídos, fluxos, complexidade, (in)comunicabilidade e tudo o que representa os vestígios da vida contemporânea compõem as ‘histórias em farrapos’ contidas nas cenas. Sinais gráficos, sobreposições de linhas e pinceladas são a fonte para o trabalho inventivo do movimento expressivo.
Babel de imagens, sons e movimentos harmônicos e dissonantes.
Polifonia, novelo sem fim.
Iara Machado
Traçar pode significar abalizar, assinalar, apontar, distinguir, marcar,
delinear, esboçar, esquematizar, gravar, riscar, ilustrar, projetar,
tramar, tecer, forjar, maquinar, projetar, desenhar…
e por aí vai.
São tantos os significados que podemos senti-los nos gestos,
sons e movimentos que assinalam a todo o momento
– passado, presente e futuro.
O mundo escrito na gente.
Traçado dentro é o mundo desenhado em nós que,
descrito em ação e pensamento, designa a gente: desenho, rabisco, traço.
Um traço não mais apartado do mundo, mas projetado nele
por uma trama que liga ser -mundo.
Um traçado ao outro. Uma teia na outra. A gente é o mundo.
Traçado, desenhado, designado, destinado, forjado por ele e nele.
Trama.
Traçado dentro está em movimento: um ir e vir que se estabelece num continuo por uma linha,
onde o traçado sai e entra pelos poros delineados na roupa – figurino tecido,
que não são mais que pele, pelo, osso por onde se traça o traço
que escreve o que traçado está .
O mundo está dado, traçado traça o homem.
Teia.
Na dialética ser-mundo, este planeja passos que encontram e desencontram em (dis)cursos.
Fotos, fatos, fetos, afetos e desafetos vão e vem com o tempo.
São contemporâneos.
Feitos, refeitos e desfeitos num turbilhão de línguas.
Babel de imagens, sons e movimentos harmônicos e dissonantes.
Polifonia, novelo sem fim.
Silêncio. Cada um a seu tempo, todos criam espaços.
Paço, uma janela se abre: o mundo está dado.
Traçado dentro.
Iara Machado
Produtora cultural
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Direção: Mônica Sucupira e Marize Piva
Com Marize Piva e Mariana Sucupira
Música Original: Daniel Maia
Luz: Marcio Aurélio
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